Hoje 2.345 municípios brasileiros (42% do total) não têm rede de transporte com fibra, a maior parte deles está nas regiões Norte e Nordeste e Minas Gerais. Para superar esse desafio, a proposta apresentada pela Anatel é a construção da rede de fibra óptica de transporte até 2022 onde for viável técnica e economicamente em todos os municípios brasileiros que ainda não estão ligados por essa infraestrutura. Onde não for viável, o atendimento deverá ser feito com rádio IP de alta capacidade e satélite.
No acesso fixo, embora a densidade de banda larga fixa no Brasil (13%) seja acima da média mundial (12%), ela ainda está distante de países desenvolvidos (30%). 2.221 municípios ainda têm velocidades médias de SCM baixas, até 5 Mbit/s. A média nacional encontra-se em 14 Mbit/s. A proposta é implantar redes de acesso de alta velocidade (GPON, VDSL) em sedes municipais que já disponham de backhaul em fibra óptica (60% dos domicílios).
Já no SMP – Serviço Móvel Pessoal, hoje 2.012 distritos não sede não têm ERB instalada (3,8 milhões de pessoas) e 4G está disponível somente para distritos-sede acima de 30 mil habitantes. 1405 cidades ainda não têm acesso 4G (11 milhões de habitantes). A proposta é a instalação de ERBs – estações radiobase 3G ou superior, em todos os distritos não sede, ainda sem atendimento e 4G ou superior, em todos os municípios abaixo de 30 mil habitantes.
Estes números foram apresentados pelo Conselho Diretor da Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações, que aprovou no dia 13 de junho o PERT – Plano Estrutural de Redes de Telecomunicações, concebido com o objetivo de ampliar o acesso à banda larga no Brasil, por meio da coordenação de esforços e investimentos, entre os setores público e privado. Segundo o conselheiro relator do PERT, Aníbal Diniz, o plano traz um grande diagnóstico da infraestrutura de telecomunicações do País e apresenta sete projetos para superação das deficiências verificadas. Esses projetos estão estruturados em três eixos temáticos: expansão das redes de transporte; ampliação das redes de acesso; e implantação de redes públicas essenciais. “O Brasil ainda precisa superar o desafio da conectividade e o único caminho possível é desenvolver a sua infraestrutura de redes”, afirmou Diniz.
O documento também relaciona as possíveis fontes de financiamento para os projetos selecionados: o saldo decorrente da futura revisão do modelo de concessão; os saldos decorrentes da instalação de redes de transporte (backhaul); os Termos de Compromisso de Ajustamento de Conduta (TAC); as obrigações de fazer em procedimento de apuração de descumprimento de obrigação; as obrigações decorrentes da autorização de uso de radiofrequências no SMP; e o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST).
A necessidade de expansão das redes deverá exigir elevados investimentos e movimentar toda a cadeia de produtos do setor de telecomunicações. Como se preparar para essas demandas? As novas tecnologias, as boas práticas de projetos e instalação e os cuidados na operação dos sistemas podem ser conhecidos no Netcom – Feira e Congresso de Redes e Telecomunicações, que acontece de 27 a 29 de agosto no Expo Center Norte, em São Paulo.
A grade completa do Netcom pode ser acessada pelo link www.arandaeventos.com.br/eventos2019/netcom/congresso/index.html#programacao